Thursday, September 10, 2015

O bibliotecário / A. M. Dean

Sinopse: Arno Holmstrand, um reputado académico, deixa um conjunto de pistas à jovem professora universitária Emily momentos antes de ser assassinado. Esta inicia então uma busca tão inesperada quanto perigosa: a localização da biblioteca perdida de Alexandria.

Opinião: Apesar da "advertência" que indicava um livro à "Dan Brown" (pouco ao meu gosto), arrisquei a leitura porque sou licenciada em história e trabalho numa biblioteca. Porém, achei as referências históricas minúsculas, sobretudo tendo em conta que se pode ler na capa que o livro é o resultado de uma profunda pesquisa histórica. Os enigmas não me convenceram, bem como a trama. E porque se trata de uma sucessão de acontecimentos num curto espaço de tempo, com personagens nada desenvolvidas, tornou-se numa leitura desinteressante. Não recomendo.

Sunday, September 6, 2015

#Destaques

Nos últimos tempos, tenho andado afastada do trabalho de "animação" da biblioteca. De qualquer forma, hoje encontrei estas fotos que ficaram por publicar (destaques do 25 de Abril e do dia do pai):










Friday, August 21, 2015

O mar dos murmúrios / Tim Bowler

Sinopse:

Hetty é uma jovem que vive na remota ilha de Mora. É sensível e sonhadora, e consegue ouvir nos murmúrios do mar os seus misteriosos segredos. Certo dia, um pequeno barco naufraga ao largo da costa, e Hetty resgata a única sobrevivente, uma mulher idosa, moribunda, que começa a suscitar grandes desconfianças entre a população da ilha. Mas Hetty já tinha visto o seu rosto mesmo antes do naufrágio, no pedaço de vidro do mar que comunica com ela através de enigmáticas imagens... 

Opinião:

Este livro conta-nos a história de Hetty, uma adolescente capaz de ver enigmáticas figuras nos vidros que o mar molda.  Certo dia, um pequeno barco naufraga na inóspita ilha onde reside, tendo como sobrevivente uma mulher idosa, que Hetty reconhece das suas "visões", mas que é vista como portadora de desgraça pela restante população.

Nem sei muito bem o que dizer. A história pareceu-me sem sentido e em alguns momentos muito aborrecida. O desfecho não me convenceu e odiei o final. Acho que só não desisti porque, apesar de tudo, está bem escrito.   A forma como o autor descreve a ilha e a intempérie que a atormenta fez-me sentir a força da natureza, o que me agradou sobretudo devido à minha paixão pelo Inverno, por tempestades e regiões quase selvagens. Apenas por isso ficou a vontade de experimentar outro livro do autor.

Wednesday, August 12, 2015

Adorable!

Se pudesse escolher um país onde viver, seria com certeza Inglaterra. Estive em Londres em 2011 e, apesar das altas expectativas, que geralmente dão origem a grandes decepções, fiquei maravilhada. É a minha cara! Adoro as casas em tijolo, os jardins e o tempo cinzento, que faz realçar o verde dos parques gigantescos que estão espalhados por toda a cidade, fazendo esquecer que nos encontramos, de facto, numa grande metrópole. Com tanto para ver e tão pouco tempo, ficou o desejo de regressar e explorar o resto do país.

Hoje, ao ver a notícia de que a casa da escritora Enid Blyton está à venda (para quem tenha a módica quantia de... 1,85 milhões de libras - 2,6 milhões de euros), lembrei-me deste meu amor inglês e, sobretudo, do que falhou nessa viagem: visitar Bath e a casa museu da escritora Jane Austen.

Quando o puto estiver mais crescido, é rumar de novo a Londres, ficar por lá um dia para visitar o parque temático do Harry Potter e seguir para Bath, onde quero fazer um dos diversos roteiros que existem sobre a escritora mais acarinhada dos ingleses.

Mas voltando à notícia, já viram construção mais amorosa? Dá vontade de me sentar à secretária e começar imediatamente a escrever um conto de fadas! Não admira que a melhor literatura de fantasia tenha nascido neste país.



http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4722302


Saturday, August 8, 2015

A loja dos suicídios / Jean Teulé

Sinopse:

Morto ou reembolsado!». Eis o slogan da Maison Tuvache, uma lojinha que comercializa tudo o que há de mais fino e eficaz para a lúgubre empresa do suicídio. Há dez gerações que a Loja dos Suicídios satisfaz 100% da clientela: morrem todos e não fica nenhum para reclamar. Mas a família recebe um novo elemento, a criança que traz com ela uma terrível maldição: a alegria de viver. O pequeno Alan passa os dias a cantarolar, a consolar os clientes e, pior que tudo, a rir. Sim, Alan gargalha. Alan é um otimista. E prepara-se para sabotar o próspero negócio de família.

Opinião:

Num futuro onde a terra está a sofrer as consequências de uma economia pouco sustentável, a depressão parece ter tomado conta de todos, sendo a taxa se suicício altíssima. A Loja dos suicídios, ao cuidado da família Tuvache, garante: "Se a sua vida foi um fracasso, connosco a sua morte será um sucesso!".

Na pequena loja com ares de morgue, qualquer desesperado pode encontrar a forma de suicídio mais adequada, havendo para todos os gostos... e bolsas.

Mas porque toda a família tem a sua ovelha negra, o terceiro filho do casal vem romper com uma longa descendência de depressivos crónicos, atrevendo-se a sorrir e a ser feliz!

Só para terem uma ideia, deixo-vos esta passagem:

"- Alan!... Quantas vezes será preciso dizer? Não se diz «Até à vista» aos fregueses que saem daqui - Diz-se «Adeus», pois nunca mais voltam. [...] - E pára de cantarolar - e imita-o: - «Bom diiiiia» quando entram pessoas. Deve dizer-se com ar lúgubre: «Mau dia, minha senhora...» ou: «Desejo-lhe uma grande noite, senhor.» E sobretudo, deixa de sorrir! Queres afugentar os fregueses?... Mas que mania é essa de receber as pessoas a fazer olhinhos e com os dedinhos de cada lado das orelhas? Achas que os fregueses vêm cá ver o teu sorriso? É insuportável, mas que coisa.Vamos pôr-te um aparelho ou mandar operar-te!".

Já me disseram por diversas vezes que tenho um sentido de humor bem negro, pelo que não poderia deixar de apreciar bastante esta leitura. A ideia de partida é excelente e original, e o livro dá vontade de rir muitas vezes, pelo menos até metade da história. Mas porque o humor está sempre montado na tragédia, confesso que no final soltei uma lágrima ou duas de tristeza. Adorei e recomendo!

Thursday, August 6, 2015

Oksa Pollock: a inesperada / Anne Plichota e Cendrine Wolf

Sinopse:

Com treze anos de idade, Oksa Pollock descobre que tem poderes especiais. Quando conta à avó o que se está a passar, é-lhe revelado o segredo das origens da sua família e a incrível missão que, apesar da sua pouca idade, lhe está destinada! A família Pollock vem de Edéfia, um mundo invisível e mágico, oculto algures no planeta Terra, que foi palco de um violento combate. Parte dos habitantes veio viver entre os humanos, incluindo Ocious, que é extremamente ambicioso e deseja tonar-se o senhor de Edéfia e do resto do mundo. E é sobre os jovens ombros de Oksa que recai agora a responsabilidade de salvar o seu povo. Ela é a sua última esperança...

Opinião:

Este livro chegou-me às mãos enquanto catalogava. Na capa, reparei no autocolante onde se lê "O Harry Potter francês. The Guardian". É claro que mal o registo tinha acabado de ser criado, e já estava o exemplar a ser emprestado na minha ficha!
Aos 13 anos, Oksa Pollock descobre que tem poderes especiais. A partir daí, toma conhecimento das origens nada convencionais da sua famíla, ligadas a Edéfia, "um mundo invisível oculto algures no planeta terra", do qual foi obrigada a fugir depois de instalado "o grande caos". Em Oksa reside a esperança de regresso a casa dos exilados de Edéfia, assombrada por Oxcius, que deseja não só dominar Edéfia como também o mundo.
Mas vamos agora à minha opinião (porque odeio descrições demasiado pormenorizadas que estragam a surpresa). Temos os clássicos universo paralelo / inimigo mortal e, embora me tenha irritado com a fénix (que diabos, arranjem-me outro animal mitológico que este já está mais do que esmiuçado), e tenha achado que era completamente inverosímil que a rapariga se deixasse ficar sozinha numa sala com o vilão quando podia claramente pisgar-se, a leitura foi agradável, tendo até por duas vezes deixado passar a paragem onde deveria ter saído por estar tão distraída a ler no autocarro. Gostei especialmente das criaturas de Edéfia, tão queridas, patetas e cómicas que até apetece ter duas ou três em casa.

O problema das sagas é tropeçar nelas quando ainda não estão completas. O primeiro livro foi publicado em Portugal em 2013 e o segundo ainda está por sair. Recorrer à versão original está fora de questão, que o meu francês não dá para tanto. Portanto, das duas, uma: ou compro uma edição inglesa, ou espero pela portuguesa.

É um bom livro para quem gosta do género. Não é nada de extraordinário, mas lê-se bem.

Novo Harry Potter, procura-se!

Já que estamos numa de novas rubricas, inauguro a "Novo Harry Potter, procura-se!". Porque não há nada que me dê mais gosto do que um bom livro de fantasia, mas sobretudo porque ando ressacada desde que terminei o último livro da saga. Foi uma viagem do catano que em nada desiludiu e na qual apreciei a construção do universo que, apesar de imaginário e super fantasioso, sendo absolutamente baseado na nossa realidade, se torna credível ao ponto de acreditarmos que existe. Tenho imensas saudades das personagens e da dinâmica da escrita, com ritmo admirável e pormenores nada chatos a cada página. Quem se limitou a ver os filmes não sabe o que perdeu!

A verdade é que a J. K. Rowling elevou a fasquia da literatura de fantasia a um ponto difícil de alcançar e, diria mesmo, impossível de superar! De qualquer forma, numa clara tentativa de pescar os milhões de fãs em "sofrimento" desde o final da série, várias editoras ousam colocar nas capas dos mais recentes livros do mesmo género frases como "O novo Harry Potter", numa comparação que pode ser mais prejudicial do que benéfica.

Ora, mesmo consciente de que será quase impossível voltar a viver uma experiência semelhante, irei dedicar-me a esta demanda.

Segue dentro de momentos a primeira crítica!

Friday, July 31, 2015

: )


Não fiz os trabalhos de casa porque... / Davide Cali; il. Benjamim Chaud

Sinopse:

É impossível fazer os trabalhos de casa quando um avião de macacos aterra à nossa porta. Além disso, os elfos esconderam todos os lápis. E houve também um problema com plantas carnívoras! As desculpas absurdas seguem-se umas às outras, num crescendo hilariante, mas a professora não se deixa enganar...

Opinião:

Quem é que nunca chegou às aulas com os trabalhos de casa por fazer? Confesso que não me aconteceu assim tantas vezes, mas apenas porque tinha medo de ouvir um raspanete.

Porém, quando a memória falhava ou a vontade de estudar se ausentava, com a consciência a pesar, arranjava maneira de escrevinhar qualquer coisa nos intervalos antes das aulas começarem. Como imaginam, não fazia nada de brilhante, mas sempre dava para safar.

Este é o livro certo para quem se deixou dominar pela preguiça e está com a imaginação em baixo no que toca à invenção de desculpas. Deixo-vos as minhas favoritas:

"Tive de ajudar o meu tio a construir uma hipermáquina-de-fazer-trabalhos-de-casa-por-mim, mas depois ela não funcionou".

"Ficámos sem lenha, por isso sacrifiquei os meus cadernos da escola para nos aquecermos".

"Fui raptado por um OVNI".

Com desenhos em tons pouco habituais no que toca à ilustração infantil, são bem do meu agrado, pela criatividade, pelo detalhe e por fazerem lembrar o universo gótico.

Recheado de disparates que dificilmente encontrarão aceitação, é com certeza um livro capaz de provocar uma gargalhada a cada página!

PNL 4º ano

Thursday, July 30, 2015

Capital / Afonso Cruz

Sinopse:

Um menino recebe um porquinho-mealheiro, de louça, com uma ranhura nas costas para que possa ser alimentado com capital. Com o amor e ternura que o menino lhe dedica, o porquinho depressa se torna um animal obeso, cheio de lucros fabulosos, e com dificuldade em controlar a sua rapacidade. Os anos passam e o porquinho vai crescendo, crescendo, crescendo, e um dia... um dia...

Opinião:

Só para irritar quem acha que a narrativa visual não é literatura, inauguro este espaço com o livro de Afonso Cruz, "Capital", que acaba de vencer por unanimidade o Prémio Nacional de Ilustração 2014.

Confesso que foi um livro que mexeu comigo, sobretudo tendo em conta a época de crise que vivemos, motivada pela ganância dos bancos.

Sem recurso à palavra, o autor leva-nos numa viagem que se inicia com a oferta de um mealheiro em forma de porquinho a uma criança, que acabará inevitavelmente por se tornar num adulto ambicioso, ávido de dinheiro e poder.

Excelente para reflectir sobre a educação baseada no materialismo, que parece ganhar adeptos de forma alucinante. Talvez sem querer, passamos a mensagem de que é preciso ser melhor do que o outro para se ser bem sucedido, ter um bom emprego e um bom ordenado. Infelizmente, ficam para segundo plano valores como o amor, a amizade e o respeito não só pelos outros como pela própria natureza.

A provar que uma imagem vale por mil palavras. E que não "vale tudo" por dinheiro.

PNL 3º ano




Este é dos bons!

Nunca tive grandes conhecimentos de literatura infanto-juvenil, nem significativo contacto com crianças, há muito em falta na família. Quando "aterrei" na sala dos garotos, senti-me um pouco perdida, uma vez que pais e educadores vinham pedir-me sugestões de livros sobre os mais variados assuntos. Felizmente, a biblioteca onde trabalho adoptou uma política de indexação da literatura. No entanto, considero que conhecer minimamente a colecção é sempre uma mais valia, até porque nem sempre o trabalho do catalogador é acertado. Decidi então ir lendo, sempre que possível, o que me passava pelas mãos.

Agora que tenho um bebé de 13 meses, que começa já a demonstrar interesse nos livros cartonados, mais vontade tenho de encontrar bons livros que possa ler em voz alta ou, quando for maior, recomendar-lhe.

Porém, ao folhear os livros, apercebi-me do seguinte: ou estava a ser muito esquisita, ou havia uma grande quantidade de lixo a ser escrita.

Passados 2 anos, continuo a achar que há livros sem piada nenhuma. No entanto, tenho encontrado outros tantos aos quais reconheço grande qualidade. E é sobre esses que irei falar aqui, na rubrica "Este é dos bons!".

Segue dentro de pouquíssimo tempo a primeira crítica!