Sinopse:
"In the time since every person over the age of fourteen disappeared from the town of Perdido Beach, California, countless battles have been fought: battles against hunger and lies and plague, and epic battles of good against evil. Light, Michael Grant's sixth and final book in the New York Times bestselling Gone series creates a masterful, arresting conclusion to life in the FAYZ.
And now, the gaiaphage has been reborn as Diana's malicious mutant daughter, Gaia. Gaia is endlessly hungry for destruction. She yearns to conquer her nemesis, Little Pete, and then bend the entire world to her warped will. As long-standing enemies become allies, secrets are revealed and unexpected sacrifices are made. Will their attempts to save themselves and one another matter in the end, or will the kids of Perdido Beach perish in this final power struggle?".
Opinião:
Ora aqui está uma saga que, certamente, deixará saudades!
Gostaria de partilhar algumas considerações com spoilers à mistura. Portanto, se não querem ser apanhados à traição, não leiam o que vem a seguir:
Senhores, que espectáculo! No entanto, lamentável e incompreensivelmente, de um total de 6 livros, apenas os 3 primeiros volumes foram traduzidos para português pela Planeta editora. Não sei o porquê da descontinuidade desta maravilha, tenho os 3 exemplares na biblioteca onde trabalho e nunca ficam muito tempo na estante.
Assim que iniciei esta leitura, lembrei-me quase de imediato da série de televisão "Lost", que acompanhei com um entusiasmo gigante. Vejamos: a acção desenvolve-se num ritmo frenético, tem resmas de fantasia recheada de pormenores científicos e todas as personagens acabam por ser importantes no desenrolar da história! E este último facto é tão verdade que a relação amorosa entre o Sam e a Astrid, tão criticada por quem leu a série por ser meio enjoadita e sem chama, não me chateou nada. Há tantas outras coisas boas a acontecer a toda a hora, que não faz diferença que aquele amor seja um amor chocho.
Curiosamente, o autor, que mantém a sua página no goodreads bastante activa, acabou por confessar, em resposta à questão de um leitor, que se tinha inspirado na série Lost, no livro do escritor Stephen King "The Stand" (que eu penso ter sido traduzido para português com o título "A dança da morte", e ainda não tive o prazer de ler) e nos filmes da Disney. Esta última fonte de inspiração parece destoar, porém, lembrem-se que muitas das personagens Disney são órfãs! Michael Grant dá como exemplos o Aladim (órfão de pai e mãe), bem como a Jasmine, a Pequena Sereia e o Nemo, que perderam as respectivas mães. O autor refere ainda a morte da mulher do velhote do filme Up e o facto da mãe do Bambi ter morrido com um tiro. E acaba por brincar, dizendo que ele foi muito mais radical, eliminando não apenas os pais de um ou outro protagonista, mas os de todos de uma vez só!
Este é um dos factos que torna a leitura quase aflitiva. Imaginem o caos que o desaparecimento de todas as pessoas com mais de 15 anos poderia causar. O que mais me arrepiou foram os bebés, obviamente incapazes de sobreviver sem ajuda. Se eu já era moça para me sensibilizar com isto antes de ser mãe, agora que tenho um rapazito com 2 anos, ainda mais aflição senti. Uma das cenas que mais me fez impressão foi quando encontraram o corpo de um bebé já em decomposição numa das muitas casas abandonadas. Caramba, que este autor sabe ser mesmo macabro!
Quanto às personagens, não tenho favoritas, pois no decorrer da história vamo-nos afeiçoando a muitas delas. O problema é quando o autor lhes dá chá de sumiço! No quarto volume, tive imensa pena de ver a Orsay morrer, uma vez que tinha um potencial enorme! De qualquer forma, foi a chave que abriu a porta para lá da imensa bolha que cobre Perdido Beach. No final do quarto volume, desejei ardentemente que as visões que ela tinha do outro lado não fossem inteiramente obra da sombra, o que acabou por confirmar-se. Nunca vou esquecer o momento em que o Pete pequenino entra em choque, fazendo por momentos cair o véu, revelando toda uma parafernália militar oculta pela barreira. Aquela imagem ganhou de tal forma vida na minha cabeça, que foi quase como se estivesse mesmo lá.
As primeiras notícias do exterior são arrepiantes, como seria de esperar. Fiquei tristíssima com o destino do Francis e da mamã Mary. Esta última então, não merecia de todo, uma vez que cuidou generosamente das crianças na creche. Tal responsabilidade fazia merecer melhor sorte! Assim como o doce Hunter, que teve a morte mais horrível ao ser lentamente devorado por parasitas. Já para não falar na morte de personagens tão queridas como a Brisa e a Dahra, ainda por cima na recta final! Ao pé deste autor, a J. K. Rowling é uma menina de coro (sim, eu sei que muito pior é o senhor Martin, da Guerra dos Tronos, mas como eu ainda não toquei na saga, esqueçam lá isso agora).
Ainda relativamente às personagens, especialmente às que desenvolveram poderes extraordinários, tenho especial inveja da Lana. Se me dessem a escolher um poder de entre os vários que surgiram nos miúdos da zona radioactiva juvenil, eu nem pensava duas vezes! E o facto é que, por ter o poder da cura, a Lana tornou-se na pessoa mais respeitada da ZRJ. A parte de ter permanentemente a influência da sombra sobre si é que eu já dispensava. E por falar em sombra (uma forma de vida extraterrestre que chegou à boleia do cometa que, há 13 anos, atingiu a fábrica nuclear da pequena cidade), fiquei super feliz por ser credível. É que precisamente por toda esta história ter um cheirinho a Perdidos, a certa altura receei que pudesse igualmente ter um final cheio de pontas soltas (minha gente, até hoje não me recuperei daquele final que resolveu coisa nenhuma). Porém, felizmente, tal não se verificou.
Gostei da redenção de algumas personagens. A Diana conquistou-me aos poucos, causando-me por fim uma imensa compaixão ao perder a sua recém-nascida para o gaiófago. Também Orc e o seu amigo Howard fizeram esquecer os males do passado, embora não tenha sido o suficiente para livrá-los de um final triste. Até o próprio Caine acabou por merecer a minha vá, meia simpatia. A verdade é que por fim, fiquei apenas a odiar o Gaiófago (encarnado na bebé de Diana e de Caine) e o Drake, representantes do mal absoluto.
Sensibilizou-me a comoção de pais e filhos quando a barreira ficou transparente, porém ainda intransponível, assim como a batalha ocorrida no lago. E depois, a queda definitiva da barreira, com toda a confusão causada nesse mesmo momento com a morte de pais e filhos, seguida da reunião das famílias que, apesar de unidas novamente, ficaram para sempre marcadas.
Conclusão: desde os tempos do Harry Potter que não me sentia tão entusiasmada. Tiro o chapéu a Michael Grant: escrever seis mega livros com uma história tão espectacular que, ainda por cima, ao contrário do argumento da série Lost, não deixa pontas soltas, não é para todos!
"In the time since every person over the age of fourteen disappeared from the town of Perdido Beach, California, countless battles have been fought: battles against hunger and lies and plague, and epic battles of good against evil. Light, Michael Grant's sixth and final book in the New York Times bestselling Gone series creates a masterful, arresting conclusion to life in the FAYZ.
And now, the gaiaphage has been reborn as Diana's malicious mutant daughter, Gaia. Gaia is endlessly hungry for destruction. She yearns to conquer her nemesis, Little Pete, and then bend the entire world to her warped will. As long-standing enemies become allies, secrets are revealed and unexpected sacrifices are made. Will their attempts to save themselves and one another matter in the end, or will the kids of Perdido Beach perish in this final power struggle?".
Opinião:
Ora aqui está uma saga que, certamente, deixará saudades!
Gostaria de partilhar algumas considerações com spoilers à mistura. Portanto, se não querem ser apanhados à traição, não leiam o que vem a seguir:
Senhores, que espectáculo! No entanto, lamentável e incompreensivelmente, de um total de 6 livros, apenas os 3 primeiros volumes foram traduzidos para português pela Planeta editora. Não sei o porquê da descontinuidade desta maravilha, tenho os 3 exemplares na biblioteca onde trabalho e nunca ficam muito tempo na estante.
Assim que iniciei esta leitura, lembrei-me quase de imediato da série de televisão "Lost", que acompanhei com um entusiasmo gigante. Vejamos: a acção desenvolve-se num ritmo frenético, tem resmas de fantasia recheada de pormenores científicos e todas as personagens acabam por ser importantes no desenrolar da história! E este último facto é tão verdade que a relação amorosa entre o Sam e a Astrid, tão criticada por quem leu a série por ser meio enjoadita e sem chama, não me chateou nada. Há tantas outras coisas boas a acontecer a toda a hora, que não faz diferença que aquele amor seja um amor chocho.
Curiosamente, o autor, que mantém a sua página no goodreads bastante activa, acabou por confessar, em resposta à questão de um leitor, que se tinha inspirado na série Lost, no livro do escritor Stephen King "The Stand" (que eu penso ter sido traduzido para português com o título "A dança da morte", e ainda não tive o prazer de ler) e nos filmes da Disney. Esta última fonte de inspiração parece destoar, porém, lembrem-se que muitas das personagens Disney são órfãs! Michael Grant dá como exemplos o Aladim (órfão de pai e mãe), bem como a Jasmine, a Pequena Sereia e o Nemo, que perderam as respectivas mães. O autor refere ainda a morte da mulher do velhote do filme Up e o facto da mãe do Bambi ter morrido com um tiro. E acaba por brincar, dizendo que ele foi muito mais radical, eliminando não apenas os pais de um ou outro protagonista, mas os de todos de uma vez só!
Este é um dos factos que torna a leitura quase aflitiva. Imaginem o caos que o desaparecimento de todas as pessoas com mais de 15 anos poderia causar. O que mais me arrepiou foram os bebés, obviamente incapazes de sobreviver sem ajuda. Se eu já era moça para me sensibilizar com isto antes de ser mãe, agora que tenho um rapazito com 2 anos, ainda mais aflição senti. Uma das cenas que mais me fez impressão foi quando encontraram o corpo de um bebé já em decomposição numa das muitas casas abandonadas. Caramba, que este autor sabe ser mesmo macabro!
Quanto às personagens, não tenho favoritas, pois no decorrer da história vamo-nos afeiçoando a muitas delas. O problema é quando o autor lhes dá chá de sumiço! No quarto volume, tive imensa pena de ver a Orsay morrer, uma vez que tinha um potencial enorme! De qualquer forma, foi a chave que abriu a porta para lá da imensa bolha que cobre Perdido Beach. No final do quarto volume, desejei ardentemente que as visões que ela tinha do outro lado não fossem inteiramente obra da sombra, o que acabou por confirmar-se. Nunca vou esquecer o momento em que o Pete pequenino entra em choque, fazendo por momentos cair o véu, revelando toda uma parafernália militar oculta pela barreira. Aquela imagem ganhou de tal forma vida na minha cabeça, que foi quase como se estivesse mesmo lá.
As primeiras notícias do exterior são arrepiantes, como seria de esperar. Fiquei tristíssima com o destino do Francis e da mamã Mary. Esta última então, não merecia de todo, uma vez que cuidou generosamente das crianças na creche. Tal responsabilidade fazia merecer melhor sorte! Assim como o doce Hunter, que teve a morte mais horrível ao ser lentamente devorado por parasitas. Já para não falar na morte de personagens tão queridas como a Brisa e a Dahra, ainda por cima na recta final! Ao pé deste autor, a J. K. Rowling é uma menina de coro (sim, eu sei que muito pior é o senhor Martin, da Guerra dos Tronos, mas como eu ainda não toquei na saga, esqueçam lá isso agora).
Ainda relativamente às personagens, especialmente às que desenvolveram poderes extraordinários, tenho especial inveja da Lana. Se me dessem a escolher um poder de entre os vários que surgiram nos miúdos da zona radioactiva juvenil, eu nem pensava duas vezes! E o facto é que, por ter o poder da cura, a Lana tornou-se na pessoa mais respeitada da ZRJ. A parte de ter permanentemente a influência da sombra sobre si é que eu já dispensava. E por falar em sombra (uma forma de vida extraterrestre que chegou à boleia do cometa que, há 13 anos, atingiu a fábrica nuclear da pequena cidade), fiquei super feliz por ser credível. É que precisamente por toda esta história ter um cheirinho a Perdidos, a certa altura receei que pudesse igualmente ter um final cheio de pontas soltas (minha gente, até hoje não me recuperei daquele final que resolveu coisa nenhuma). Porém, felizmente, tal não se verificou.
Gostei da redenção de algumas personagens. A Diana conquistou-me aos poucos, causando-me por fim uma imensa compaixão ao perder a sua recém-nascida para o gaiófago. Também Orc e o seu amigo Howard fizeram esquecer os males do passado, embora não tenha sido o suficiente para livrá-los de um final triste. Até o próprio Caine acabou por merecer a minha vá, meia simpatia. A verdade é que por fim, fiquei apenas a odiar o Gaiófago (encarnado na bebé de Diana e de Caine) e o Drake, representantes do mal absoluto.
Sensibilizou-me a comoção de pais e filhos quando a barreira ficou transparente, porém ainda intransponível, assim como a batalha ocorrida no lago. E depois, a queda definitiva da barreira, com toda a confusão causada nesse mesmo momento com a morte de pais e filhos, seguida da reunião das famílias que, apesar de unidas novamente, ficaram para sempre marcadas.
Conclusão: desde os tempos do Harry Potter que não me sentia tão entusiasmada. Tiro o chapéu a Michael Grant: escrever seis mega livros com uma história tão espectacular que, ainda por cima, ao contrário do argumento da série Lost, não deixa pontas soltas, não é para todos!
Porém, como nos diz Michael Grant nos agradecimentos, “You are now free to leave the FAYZ”, que é como quem diz, chegou a hora de dizer adeus.
Não tenho grande vontade, mas pronto, lá terá de ser! Resta-me descobrir a restante obra deste autor que, cheira-me, não voltarei a perder de vista!
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