Sinopse:
"Peter Stone é um tímido rapaz de doze anos com uma família barulhenta
que não compreende o seu isolamento. Recém-chegado à região montanhosa
do Texas encontra um vale tranquilo onde conhece a extrovertida Annie
Blythe. Peter descobre que Annie, a rapariga que pede desejos, tem uma
doença grave e fica surpreendido com a sua força de viver. Ambos decidem
fugir para o vale, pois acreditam que a magia que o envolve irá
realizar os seus desejos. No entanto, depressa percebem que a verdadeira
magia reside na amizade genuína".
Opinião:
Para mim, esta foi
sobretudo uma leitura contemplativa. Embora nunca tenha sofrido bullying
(felizmente!), identifiquei-me muito com a personagem principal, Peter
Stone, no sentido de ser uma alma dada ao silêncio. Nem sempre sou
assim, como é óbvio. Isto até pode soar estranho a quem me conhece, mas a
verdade é que, apesar de não ter grandes problemas de comunicação com
os outros, não tenho muitas amizades profundas, pois nunca conheci a
necessidade de partilhar problemas ou sentimentos. Guardo e
resolvo o que tenho por resolver cá dentro, sem amarguras ou depressão, às vezes apenas com alguma tristeza, claro. A maioria das pessoas são muito dadas a opiniões e a ouvir pouco. A sério, cada vez conheço menos pessoas que saibam ouvir, está tudo sempre mais interessado em falar sem dar oportunidade ao outro. Além disso, gosto de ter o meu canto sem grandes invasões. Sofro
horrores sempre que me aparece alguma pessoa cá em casa sem que tenha
sido convidada (imaginem o pós-parto, com gente que nem conhecia a
querer ver o bebé. Acho que fiquei com um trauma para a vida!).
Uma das
melhores coisas do livro é a maneira como as personagens se relacionam
com a natureza, que as protege ou afasta, consoante as intenções em
questão, numa espécie de realismo mágico que, de facto, me envolveu. No
entanto, a certa altura, achei que estava a tornar-se um bocado chato,
numa leitura mais perto das 3 estrelas. Porém, na recta final, há uma
espécie de explosão de sentimentos que me tocou até à lagrimita (sou uma
mariquinhas incurável). É também um livro indicado para pais que gostariam que os filhos fossem diferentes. Além disso, aborda também a questão das crianças com cancro, histórias que nos ficam sempre um bocadinho no coração.
Seguem,
por isso, as 4 estrelas. E a vontade de ler outros títulos da autora!
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