Morto ou reembolsado!». Eis o slogan da Maison Tuvache, uma lojinha que comercializa tudo o que há de mais fino e eficaz para a lúgubre empresa do suicídio. Há dez gerações que a Loja dos Suicídios satisfaz 100% da clientela: morrem todos e não fica nenhum para reclamar. Mas a família recebe um novo elemento, a criança que traz com ela uma terrível maldição: a alegria de viver. O pequeno Alan passa os dias a cantarolar, a consolar os clientes e, pior que tudo, a rir. Sim, Alan gargalha. Alan é um otimista. E prepara-se para sabotar o próspero negócio de família.
Opinião:
Num futuro onde a terra está a sofrer as consequências de uma economia pouco sustentável, a depressão parece ter tomado conta de todos, sendo a taxa se suicício altíssima. A Loja dos suicídios, ao cuidado da família Tuvache, garante: "Se a sua vida foi um fracasso, connosco a sua morte será um sucesso!".
Na pequena loja com ares de morgue, qualquer desesperado pode encontrar a forma de suicídio mais adequada, havendo para todos os gostos... e bolsas.
Mas porque toda a família tem a sua ovelha negra, o terceiro filho do casal vem romper com uma longa descendência de depressivos crónicos, atrevendo-se a sorrir e a ser feliz!
Só para terem uma ideia, deixo-vos esta passagem:
"- Alan!... Quantas vezes será preciso dizer? Não se diz «Até à vista» aos fregueses que saem daqui - Diz-se «Adeus», pois nunca mais voltam. [...] - E pára de cantarolar - e imita-o: - «Bom diiiiia» quando entram pessoas. Deve dizer-se com ar lúgubre: «Mau dia, minha senhora...» ou: «Desejo-lhe uma grande noite, senhor.» E sobretudo, deixa de sorrir! Queres afugentar os fregueses?... Mas que mania é essa de receber as pessoas a fazer olhinhos e com os dedinhos de cada lado das orelhas? Achas que os fregueses vêm cá ver o teu sorriso? É insuportável, mas que coisa.Vamos pôr-te um aparelho ou mandar operar-te!".
Já me disseram por diversas vezes que tenho um sentido de humor bem negro, pelo que não poderia deixar de apreciar bastante esta leitura. A ideia de partida é excelente e original, e o livro dá vontade de rir muitas vezes, pelo menos até metade da história. Mas porque o humor está sempre montado na tragédia, confesso que no final soltei uma lágrima ou duas de tristeza. Adorei e recomendo!
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